Açude do Camorim

Açude do Camorim e Pedra do Quilombo. (7º dia da Transcarioca)

Atrativos.

Bem, atrativos é o que não faltam à este trecho, já que aí se localizam duas das atrações mais intensas de toda a Transcarioca: o Açude do Camorim e a Pedra do Quilombo com o seu mirante deslumbrante.

Nível de Dificuldade:  Difícil

Além de ser uma travessia muito longa, contando com mais de 14 Km. de extensão, esta parte conta com longos trechos de subidas.  A mais íngreme de todas é a que antecede a conquista da Pedra do Quilombo.

Como chegar.

Existem diversas linhas de ônibus que passam pela Estrada dos Bandeirantes, 24.440 como o 613 que vem de Del Castilho, 554 que vem da Barra, 810 da Taquara, Integrada 9 da Zona Sul entre outras.

Saltando próximo à este número (e próximo ao Rio Water Planet), procure a Estrada do Sacarrão que é bem movimentada e siga até o seu final.

Vale lembrar que este não é o roteiro mais fácil para se atingir o Açude do Camorim, já que seu acesso oficial começa no final da estrada de mesmo nome localizado do outro lado do parque. Optei por subir pelo vale do Sacarrão justamente para completar o circuito da Transcarioca, mas esta subida acabou por se revelar mais indicada para quem tem espírito aventureiro como eu.

Subindo o Vale do Sacarrão

Pois bem, agora o trajeto segue sempre acompanhando a Estrada do Sacarrão por longos 4 km. até o seu final.

Os primeiros 2800 metros transcorrem praticamente sem subidas até se chegar à uma quase bifurcação que pode confundir. É preciso seguir pela esquerda (reto) e transpor uma corrente que atravessa a estrada.

A partir desta corrente, a estrada começa a subir de forma mais acentuada e atravessa uma pequena comunidade quilombola.

Depois desta parte, a estrada passa por alguns sítios e cruza o Rio Sacarrão, onde  se transforma numa estrada de terra.

Finalmente depois de uma longa caminhada de 4 km. voltamos ao ponto da Transcarioca em que a deixamos no último artigo. Siga em frente pela estrada que ainda segue bem aberta até encontrar logo adiante um rio onde pode se fazer uma pausa para descansar e  reabastecer os cantis.

Em busca do Açude do Camorim

Retomando a caminhada, duzentos metros à frente você passará ao lado de uma grande pedra e logo depois cruzará um rio novamente.

Nesta parte, apesar de estarmos cercados por densa mata, ainda nos deparamos volta e meia com um sítio pelo caminho.

Ainda caminha-se por uma estrada bem aberta, mas vencidos cerca de 250 metros após o último rio, chegamos à um ponto crítico onde deve-se ficar bem atento, pois deve-se largar essa estrada larga para entrar numa trilha que sai à direita.  Quase que imediatamente surge outra trilha que sobe à esquerda.

Entramos numa área de mata mais fechada e com 200 metros de caminhada e nos deparamos com uma casa abandonada, cujas janelas encontravam-se totalmente abertas no dia em que passei, gerando um estranho clima de suspense.  Felizmente não apareceu nenhuma assombração na janela e prossegui meu caminho, cruzando outro riacho logo adiante.

casa abandonada

A trilha começa a subir de forma mais acentuada adentrando o Vale do Sacarrão e passa por um descampado cerca de 300 metros após a casa abandonada. Pode ser que a vegetação tenha se recuperado e este descampado não exista mais hoje.    Passado este descampado, a trilha cruza logo adiante um rio e 100 adiante deste outra bifurcação, onde deve se optar pela direita.

Vale do Sacarrão

O caminho segue serpenteando o belo Vale do Sacarrão, que é uma das áreas mais bem preservadas do Parque da Pedra Branca e sobe mais 700 metros de extensão até encontrar um par de figueiras gigantes que impressiona pela imponência. Certamente estas árvores estão entre os seres vivos mais senis do Município do Rio de Janeiro.

A parada para a admiração desta imponência da natureza é quase obrigatória.

Figueiras gêmeas

Retomando a caminhada, logo nos deparamos com outra figueira centenária e cruzamos um rio em seguida. Atingimos o divisor das bacias hidrográficas e ao passar para o outro lado começa uma descida suave.  Alcança-se um rio que deve ser acompanhado até quase a chegada do Açude do Camorim.

Chegando ao Deslumbrante Açude do Camorim

Descendo por aproximadamente 500 metros e sempre acompanhando o rio, atingimos uma bifurcação. Deve-se pegar a direita para fazer um “bate-e-volta” até o deslumbrante Açude do Camorim.

De início a trilha contorna o açude em meio à mata, mas logo depois atinge a sua margem, onde ficamos completamente deslumbrados com a visão surpreendente de um imenso lago com a área equivalente à cerca de 1/4 da Lagoa Rodrigo de Freitas, cercado por exuberante mata tropical.

Açude do Camorim

A barragem que deu origem à Lagoa do Camorim foi projetada pelo engenheiro Sampaio Correa, tendo como objetivo abastecer boa parte da população da zona oeste, sendo concluída em 1936.

Ainda hoje o açude exerce esta função, sendo o banho em suas águas terminantemente PROIBÍDO como frisa uma placa localizada em suas margens, mas que muitos visitantes insistem em ignorar em atos que são fruto da falta de educação aliada á falta de fiscalização.

Açude do Camorim

Se o trilheiro quiser se refrescar em meio à natureza, terá como opção descer um pouco a trilha oficial que desce em direção à entrada do parque, que encontrará uma bela cachoeira onde o banho é permitido.

Continuando a descida o trilheiro terá a opção de encerrar este sétimo dia de Transcarioca, visitando a subsede do Camorim onde se situa o belo circuito das águas e esticar a caminhada até um largo onde está localizada a capela de São Gonçalo do Amarante, construída no distante ano de 1628, sendo um dos poucos resquícios da arquitetura colonial no município do Rio de Janeiro.

Mas não foi esta a opção que tomei, já que pretendia emendar o passeio com a subida à Pedra do Quilombo e adiantar a minha saga pela transcarioca.

Voltei pelo mesmo caminho em que vim até reencontrar aquela bifurcação que deixei lá atrás para virar à esquerda desta vez e continuar a contornar toda a margem oeste do lago, me deparando vez ou outra com belos ângulos do lago.

Lago do Camorim

Chegando à extremidade norte do lago, onde vamos começar a subir a Serra do Quilombo, nos deparamos com um tronco gigante caído que deve ser transposto.

Ao deixar o Açude para trás, temos que cruzar o rio que o abastece em três ocasiões num curto intervalo de tempo.

Subindo em direção à Pedra do Quilombo

Passados 150 metros desde a última transposição do Rio, nos deparamos com uma bifurcação. Ambos os caminhos irão se reencontrar no alto da serra, sendo que o da esquerda é o que se encontra sinalizado pelas pegadas da Transcarioca, e é esta opção que aconselho seguir.

A trilha segue subindo de forma bem sinuosa e íngreme por 500 metros até se deparar com umas ruínas, onde é aconselhável uma boa parada para o descanso.

Estamos agora atravessando uma das áreas mais bem preservadas e belas do Parque da Pedra Branca, o que acaba compensando o cansaço desta subida.

Travessia da Serra do Quilombo

Temos mais 700 metros de caminhada em ascenção até reencontrarmos aquela trilha que se inicia lá embaixo.

A subida cessou, mas temos de caminhar mais 200 metros até o Alto das Laranjeiras, onde é feita a transposição para a outra vertente e começamos a descer.

A trilha agora desce por cerca de 600 metros até encontrar a trilha que sobe para a Pedra do Quilombo.

Chegando nela, tome a subida à direita. Você não sobe tanto no início deste trecho e logo chega em outra bifurcação em que deve se tomar a direita novamente.  A partir daí enfrentamos o trecho mais desgastante de toda esta travessia, numa subida muito íngreme até a Pedra. São muitos pontos em que temos que apoiar nas pedras e raízes para progredir.

Subimos bem por um curto trecho de 400 metros até atingir o colo do pico. Temos que optar pela esquerda para começar o ataque final ao cume. Logo chegamos ao ponto mais crítico onde temos que atravessar um pequeno afloramento rochoso em meio ao abismo. Mas cabos de aço instalados garantem uma travessia tranquila.

A trilha continua subindo em meio à mata, fazendo uma curva à esquerda até chegar à cumeeira da Pedra do Quilombo.  O pico na verdade é composto por dois cumes, sendo que o alcançável pela trilha que parte à esquerda é mais conhecido e tem uma vista mais abrangente.  No da direita, não é possível avançar muito por causa da mata mais fechada, mas em compensação tem uma visão melhor da baixada de Jacarepaguá.

Várias rochas compõem o cume principal do Quilombo e pode se divertir à vontade galgando todas elas à procura do melhor ângulo de um dos panoramas mais belos do Rio de Janeiro.

Vista da Pedra do Quilombo

Do alto do Quilombo, temos a primeira visão grandiosa da Transcarioca, onde podemos vislumbrar de um ângulo único boa parte da Zona Norte, Baía de Guanabara, toda a baixada de Jacarepaguá com o Maciço da Tijuca ao fundo e a planície da Barra da Tijuca com suas lagoas.

Visão da planície da Barra da Tijuca do alto do quilombo

Satisfeito com esta contemplação, desci o íngreme ramal até reencontrar o eixo principal da Transcarioca.

Vamos descer agora pela trilha oficial do Quilombo até a subsede do Pau da Fome numa descida que cruza por muitos sítios no caminho. É uma trilha que só é um pouco estreita no início, onde se não me engano acompanhava uma tubulação de água, mas logo se convertia numa trilha bem aberta.

Descendo por 700 metros desde a bifurcação para o Camorim, nos deparamos com uma entrada de trilha que na ocasião se encontrava fechada por uma cerca. Ignore e continue descendo.

Trezentos metros adiante vamos passar pela porta de um sítio bem modesto e isolado localizado à direita da trilha.

Com mais 600 metros de descida a partir daí e depois de ter passado pela porta de outro sítio à esquerda nos deparamos com outra bifurcação. Ignore e continue descendo pela trilha principal à esquerda.

As entradas para os sítios vão ficando cada vez mais frequentes à medida em que avançamos em direção à sede do parque. Basta estar atento e não entrar em nenhuma delas, sempre seguindo a trilha mais aberta.

Finalmente, terminando a descida, cruzamos o Rio Grande e logo depois chegamos à guarita de entrada do Parque no núcleo Pau da Fome, concluindo esta árdua travessia.

Não deixe de fazer o download deste track logo abaixo para que você também vivencie esta aventura.

Da sede do Parque até o ponto final de uma linha de ônibus e de outra de vans, temos apenas cinco minutos de caminhada.  Todos estes meios de transporte conduzem até o centro da Taquara.
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