Ruínas da Fazenda

Circuito das Grutas, Ruínas do Humaitá e da Fazenda. (14º da Transcarioca)

Atrações

Este trecho talvez seja o mais intenso em atrações.

 

Só conta com um mirante: o da Cascatinha, que é um dos mais visitados do Parque, mas a todo momento você se depara com uma gruta, com uma cachoeira, um sítio arqueológico ou uma obra de arte; sem falar na caminhada bem agradável e suave.

 

Na primeira parte do percurso, passei pelo circuito das grutas da Floresta da Tijuca, depois me banhei na cachoeira da Gruta, me surpreendi com as Ruínas do Humaitá, da Fazenda, passei pelo Restaurante dos Esquilos, onde o excursionista tem a opção de fazer uma parada para o almoço em grande estilo, visitei o Museu do Açude e apreciei suas belas obras de arte ao ar livre e finalizei a caminhada no Mirante da Cascatinha.

 

Não há dúvidas de que finalizei o setor da Floresta da Tijuca em grande estilo!

 

Como Chegar

Siga todos os passos indicados nos trechos referentes ao Bico do Papagaio e da Pedra do Conde.

 

Indo de ônibus, pegue o 301, 0 302 ou o 345 e desça na Praça Afonso Vizeu.  De lá suba toda a estrada a pé até o Restaurante A Floresta.

Para quem for de carro, mais uma vez é aconselhável deixar o veículo num ponto intermediário entre o Restaurante e a Praça, como no Recanto dos Pintores, por exemplo.

 

 

Circuito das Grutas

 

Nosso circuito se inicia do lado oposto ao restaurante.

 

Já no início da trilha nos deparamos com a primeira grande atração do dia: as Ruínas do Midosi, localizadas bem de frente ao Restaurante.

Restaurante A Floresta visto do alto das Ruínas do Midosi

De grande importância histórica, estas ruínas são do sítio que pertencia ao francês Gulherme Midosi, e que foi a propriedade que por mais tempo produziu café no setor da Floresta da Tijuca.

 

Desapropriada em 1861, ela serviu de base para que o Major Archer cultivasse ali o primeiro horto com as mudas que seriam utilizadas no reflorestamento.

 

Seus seis escravos que o ajudaram no épico trabalho residiam na senzala do outro lado, cujas fundações serviram de base para a construção do restaurante.

 

A trilha parte ao lado das ruínas e faz uma curva acentuada para a direita e logo em seguida para a esquerda, subindo suavemente até sair na Estrada Escragnolle.

 

O circuito das Grutas continua do outro lado da estrada.

Siga a trilha que continua do outro lado da estrada

São 300 metros de uma subida bem suave até nos depararmos com o primeiro conjunto de grutas.

Gruta do Archer

A da esquerda é a Gruta do Archer, que é uma grande e múltipla cavidade formada pela justaposição de grandes blocos e lajes em forma de um V invertido. Atravessando a galeria principal é possível sair do outro lado, onde temos uma curiosa visão de um “beijo” entre os reinos mineral e vegetal.

Seria possível continuar o passeio, prosseguindo pela trilha que se inicia do outro lado, mas o aconselhável é retornar por dentro da caverna até a praça que a separa de outra gruta, que também merece uma visita.

 

Gruta do Belmiro

Voltando até a entrada da gruta do Archer, percebemos uma subida, que conduz até o alto de um patamar rochoso, localizado a 30 metros de altura.   A partir daí temos o acesso à Gruta do Belmiro, constituída por um longo salão escuro e úmido.   O uso da lanterna aí se faz necessário.

 

Em seu fundo, uma longa rampa leva até uma saída estreita localizada numa lateral do paredão.

Ao final da gruta do Belmiro podemos vislumbrar uma saída.

O nome da gruta é uma homenagem à um ruralista local, que ajudou o Tenente Escragnolle a reflorestar o local.

 

 

Gruta Bernardo de Oliveira

Voltando da Gruta do Belmiro, temos mais 200 metros de caminhada pela trilha até a bifurcação que conduz até o campo Escola da Floresta.   No meio desse caminho passamos pela entrada da Gruta Perdida, cuja cavidade sobe a encosta do Morro do Archer, mas não parece ser muito profunda.

 

Logo depois chegamos na bifurcação, onde devemos subir à direita até sair na praça do Campo Escola de escalada. Aí estão concentradas algumas das vias de escalada mais desafiadoras da Floresta, sendo bem frequentadas pelos praticantes deste esporte nos finais de semana.

Circuito das Grutas

Subindo por uma trilha que sai a direita deste campo escola, logo chegamos na Gruta Bernardo Oliveira, que é uma cavidade em formato de L.  A presença de água em seu interior é perene, proporcionando a formação de pequenas estalactites no seu teto.

Gruta Bernardo Oliveira

O nome da gruta também é uma homenagem a um cafeicultor local que ajudou o Ten. Escragnolle no reflorestamento local.

 

 

Gruta dos Morcegos

Nenhuma dessas grutas acima se compara em grandiosidade à Gruta dos Morcegos, que é atingida por outra curta trilha que parte do Campo Escola.

 

Sua entrada muito estreita só permite a passagem de uma pessoa agachada por vez, e não dá a mínima idéia da grandiosidade que surpreende o visitante em seguida.

 

Seu teto ultrapassa os 20 metros de altura, sua largura atinge 15 metros e podemos caminhar por 100 metros até atingir o seu final. Essas dimensões garantem à gruta do Morcego o título de segunda maior gruta de gnaisse do Brasil.

Interior da Gruta do Morcego

Como é de se esperar, o nome da gruta é devida à grande quantidade morcegos que habitam seu interior.

 

Do alto de seu teto, uma estreita abertura permite que, em determinada hora da manhã, os raios solares se projetem de uma maneira única, criando um belo efeito.

Claridade adentra o interior da gruta do Morcego

Mas depois de muito ter admirado as belezas no mundo subterrâneo, percebo que é hora de voltar ao mundo da superfície para contemplar as belezas do mundo natural em todas as suas cores.

 

 

Cachoeiras Diamantina e da Gruta

Desço 200 metros pela trilha como se fosse sair na praça da Gruta Paulo e Virgínia, mas ao invés de descer até a praça, continuo seguindo em frente pela trilha.

 

Um ramal que surge à esquerda permite atingir a cascata Diamantina.

Cachoeira Diamantina

Seguindo em frente, logo passamos pela Gruta Gabriela.  Do outro lado do subimos por uma trilha em busca da Cachoeira da Gruta, que é um dos cenários mais inusitados do dia.

 

São 200 metros de trilha no modelo bate-e-volta até atingirmos uma cachoeira que pende da abertura de um abrigo de pedra.   Não é uma cachoeira tão conhecida como a das Almas, mas no verão costuma ser bem frequentada.

Cachoeira da Gruta

Retornando pelo mesmo caminho e após 200 metros de descida, pega-se a primeira trilha que desce em diagonal à direita.  Ao invés de sair na estrada, tome a próxima trilha que sobe à direita, formando um V com a que você está.  Na subida é possível ver logo abaixo a trilha utilizada para a descida da cachoeira da gruta.

 

Logo o caminho faz uma curva bem acentuada e fechada para a esquerda e em seguida outra mais suave para a direita.

 

Ruínas do Humaitá e da Fazenda

 

Ruínas do Humaitá

Depois de 100 metros de caminhada pela mata, saímos no imponente conjunto de ruínas do Humaitá.

As Belas Ruínas do Humaitá

O sítio do Humaitá foi comprado em 1850 pelo Barão de Bom Retiro para seu único filho, que viveu ali por alguns anos.  Com a Guerra do Paraguai, este se alistou no exército brasileiro e partiu para o combate, morrendo na batalha do Humaitá.    Este episódio afetou profundamente o Barão, que em homenagem ao filho conseguiu mudar o nome do sítio, que a esta altura já estava desapropriado para fins do reflorestamento.

 

O local, apesar de belo não recebe muitos visitantes, o que pode ter contribuído para a boa preservação deste importante sítio arqueológico.

Ruínas do Humaitá

 

 

Ruínas da Fazenda

Continuando a descida pela trilha, ando por 200 metros até encontrar outra trilha que vem da direita.  Continuo descendo pela esquerda num zigue-zague crescente até sair na estrada de terra da Fazenda.

 

Viro à direita para fazer uma visitinha até estas interessantes ruínas.

Esta Fazenda pertenceu ao Visconde de Asseca até 1867, quando foi desapropriada para o reflorestamento e passou a abrigar Luíz Fernandes, dedicado funcionário, que auxiliou Magalhães Castro, sobrinho do Barão do Bom Retiro  a continuar o trabalho de reflorestamento no final do século XIX.

Ruínas da Fazenda

Em 1996, boa parte da edificação que ainda se encontrava bem preservada, desabou com o forte temporal da época, restando apenas o conjunto de ruínas que vemos hoje.

 

O local propicia belas fotos e foi cenário do filme “Inocência”.

Ruínas da Fazenda

Ao lado da Fazenda, encontra-se o belo bosque dos Eucaliptos.

Bosque dos Eucaliptos

Tenho que retornar pelo mesmo caminho, pois as trilhas que partem deste bosque são exclusividade dos ciclistas.

 

 

Restaurante “Os Esquilos” e Barracão

Retomando pela estrada de terra, me deparo com uma bifurcação em V e sigo pela esquerda para logo sair na Banheira localizada à margem da Estrada Escragnolle.    O caminho segue do outro lado da estrada.

 

 

Esta trilha desce suavemente por cerca de 600 metros até sair no Restaurante “Os Esquilos”.  Se o excursionista começar a esta caminhada cedo, é bem provável que atinja o Restaurante lá pelo horário do almoço…

Restaurante Os Esquilos

Depois de reabastecido, o excursionista deve retornar pelo caminho da Saudade e entrar na primeira trilha que desce à direita.   É um curto trecho em zigue-zague que logo sai no Caminho Dom Pedro Augusto.

 

Este caminho foi completamente reformulado de modo que ficasse acessível aos cadeirantes. É um caminho educativo onde constam os nomes de muitas árvores típicas da Floresta.

 

Para completar este circuito, devemos tomar o sentido da esquerda em direção ao barracão, que é atingido após 300 metros de caminhada em terreno plano.

Saindo na Estrada dos Picos, descemos um curto trecho até sair no largo em frente ao Barracão.

O Barracão

Adentrando este largo, onde há umas mesinhas e bancos, caminhamos até o final onde começa outra trilha que vai acompanhando o rio por 100 metros até chegarmos numa ponte de madeira.

Ponte de madeira

Vencida esta, chegamos logo adiante na Ponte do Barcelos, que foi construída em pedra e viramos à direita para retomarmos um curto trecho transposto no 12 º dia e sair no entroncamento entre as Estradas do Escragnolle e do Bom Retiro.

 

Ufa! A caminhada neste dia está apenas pela metade, mas pode ter certeza que descrever todas estas atrações e histórias, ( e acredito que ler também seja) são atividades tão ou mais cansativas do que a caminhada.

 

Por isso, mais uma vez vou dividir a descrição deste roteiro em duas postagens, deixando a ida até o alto do Cruzeiro, o Museu do Açude e o Mirante da Cascatinha para a próxima.

 

Portanto continue acompanhando!

 

Gostou do Circuito? Então baixe este roteiro para o celular e refaça esta aventura.

 

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2 thoughts to “Circuito das Grutas, Ruínas do Humaitá e da Fazenda. (14º da Transcarioca)”

  1. Gostaria, por gentileza, de saber a fonte de pesquisa para se chegar ao motivo do nome Gruta Bernardo de Oliveira. É para um trabalho técnico, não encontro citação nenhuma de fonte e já é o segundo site que cita o mesmo motivo. Desde já agradeço a quem puder ajudar! Boas trilhas!!!

  2. Bom dia, Raquel!
    Desculpe pela demora em responder, pois ultimamente tenho recebido muitos comentários de spammers.
    Mas a fonte que utilizei foi o livro Parque Nacional da Tijuca de Carlos Manes Bandeira de 1994.
    Ele diz que “o nome da gruta foi dado em homenagem ao cafeicultor que ajudou o Tenente Cel. Escragnolle a reflorestar a região.”

    Boa sorte na pesquisa!

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