Pedra da Gávea

Mistérios e lendas da Pedra da Gávea

  • Introdução

Com 842 metros de altitude, a Pedra da Gávea é a mais alta montanha à beira-mar do Mundo.

Em todo o Mundo, o Rio de Janeiro é conhecido principalmente pelo Corcovado e pelo Pão de Açúcar, mas todos que moram  na cidade, sabem que aqui a Pedra da Gávea empata em popularidade e fascínio com essas outras duas montanhas.

Eu particularmente sempre achei a Gávea mais imponente e majestosa do que todas as demais  formações rochosas do Rio.

Pedra da Gávea

O fascínio aumenta exponencialmente quando nos deparamos com as inúmeras lendas e mistérios que rondam a montanha.

Neste artigo pretendo enumerar algumas dessas histórias que fascinam os cariocas há pelo menos duzentos anos.

Esta é a sua oportunidade de saber tudo à respeito da inúmeras lendas que rondam a Gávea.

Por causa de sua altura, e proximidade com  o mar, a Pedra da Gávea foi o primeiro acidente geográfico carioca a ser avistado e batizado pelos portugueses durante a expedição exploradora capitaneada por Gaspar de Lemos, que estava acompanhado do grande Américo Vespúcio, batizador de todo este imenso continente.

Em 1º de janeiro de 1502, ao chegarem próximo da entrada da Baia de Guanabara, chamou a atenção dos marujos uma imensa montanha, cuja ponta se assemelhava à um “cesto-de-gávea”: nome do posto de observação localizado no alto das suas caravelas, e assim a chamaram.

Cesto de Gávea

Logo depois o capitão chegou à entrada da Baia e acreditou que era a foz de um grande Rio, e o batizou como Rio de Janeiro.

Provavelmente havia uma forte neblina neste dia, porque do contrário, o Capitão enxergaria ao fundo a  Serra do Mar e a dos Órgãos que fatalmente bloqueariam a passagem de um Rio tão caudaloso como esse.

Nos séculos que se seguiram muitas histórias e lendas iriam rondar a Pedra da Gávea.

  • Inscrições Fenícias

Tudo começou no início do século XIX, quando o imperador D.Pedro I recebeu um relatório do padre Benigno da Cunha, afirmando que havia estranhas inscrições no alto da Pedra.

Inscrições na Pedra da Gávea

Alguns anos depois em 1839, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil em sua 8ª Sessão Extraordinária resolveu aprofundar o estudo dessas inscrições e formou uma comissão de estudo formada pelos historiadores Manoel de Araújo Porto Alegre, J.Cunha Barbosa e o Capelão Imperial J. Rodrigues Monteiro.

A expedição dos pesquisadores subiu e percorreu todos os pontos acessíveis do alto da montanha, registrando todas as inscrições e demais detalhes e chegou ao seguinte relatório:

É uma das montanhas do litoral do Rio de Janeiro, ao sul da Barra, possuindo uma inscrição com caracteres fenícios, já há muito destruídos pelo tempo e que revelam grande antiguidade”.

O assunto caiu no esquecimento durante 90 anos até que na década de 20, o jornal “O Globo” questionou tal comissão, perguntando se eles realmente escalaram a rocha ou fizeram a observação através de binóculos.

Homem olhando ao binóculo

 

Túmulo do Rei Badhezir

Em 1931, foi formada então uma expedição de excursionistas com o intuito de subir a montanha para averiguar melhor as inscrições e tentar localizar o túmulo do Rei Badhezir.

Tal procura se deu porque um rabino versado em línguas antigas, teria traduzido as inscrições como sendo :

“TYRO, PHENICIA, BADHEZIR, PRIMOGÊNITO, JETHBAAL”

Segundo os historiadores, Badhezir sucedeu seu pai JethBaal no reinado de Tyro, importante cidade da Fenícia por volta de 850 a. C.

Os detalhes de toda esta história ainda são nebulosos, mas Badhezir teria fugido junto com toda a sua corte e boa parte da população de Tyro durante algum momento do cerco que Salmanaser III, imperador da Assíria, teria imposto à sua cidade.

Os fenícios foram os maiores navegantes do Mundo Antigo.  Comprovadamente estabeleceram  relações comerciais com as ilhas britânicas, com a Espanha e norte da África onde fundaram inúmeras colônias, sendo que a mais famosa de todas elas foi Cartago que se situava onde hoje fica a Tunísia, e que na época foi uma das maiores cidades do Mundo.

É comprovado também que os fenícios foram mais ousados ainda e criaram inúmeras colônias no litoral atlântico da África na costa da Guiné e do Congo.

Por volta de 600 a.C. o faraó Necau II do Egito patrocinou uma expedição capitaneada por Hanão, que segundo o grande historiador Heródoto, circum-navegou o todo o continente Africano.

Uma façanha realizada incríveis 2100 anos antes de Vasco da Gama!

Badhezir junto com toda a sua expedição teria a princípio a intenção de fundar uma nova colônia no litoral ocidental da África, mas ao chegar à Cabo Verde, fortes correntes marinhas teriam desviado a frota do seu objetivo.

Orientação era o fraco dos Fenícios.  Eles navegavam sempre próximo das costas, mas uma vez que perderam esse contato visual, seguiram navegando na direção das correntes até que chegaram ao Brasil.

Além da Pedra da Gávea, estudiosos encontraram ao longo dos séculos inúmeros vestígios da presença fenícia no Brasil.  São muitas inscrições em rochas e também a incrível semelhança de alguns vocábulos do tupi-guarani com palavras fenícias.

Pois o Rei Badhezir teria morrido nesta expedição.  Passando pelo Rio de Janeiro, seus súditos se depararam com a impressionante imagem do gigante de Pedra.   Chegaram à conclusão de que a cabeça do gigante (correspondente à Pedra da Gávea) seria o local ideal para servir de descanso eterno ao Rei.

Gigante Adormecido

Há vários fatos intrigantes que reforçam a tese de que o Rei fenício teria sido enterrado no alto da Pedra da Gávea, e que seu cume representaria sua enfinge:

  • A inegável aparência de um rosto humano munido de elmo e barbas em uma das faces da montanha.
Rosto do imperador
  • A semelhança do topo do morro com um sarcófago gigante.
Sarcófago gigante
  • Outros afirmam que o topo lembraria uma esfinge de um gigante alado fenício.
  • As inscrições que foram grafadas no lado direito da pedra.
  • A disposição de pedras gigantes no cume da cabeça do imperador numa figura de semi-círculo, ou triângulo dando a entender que uma coroa de pedra teria sido erguida ali.
Cabeça do Imperador
  • O ponto culminante é uma pedra em formato de pirâmide localizado em um dos pontos dessa coroa.
  • Algumas gravuras nessas pedras se assemelham a cobras, lagartos e raios de Sol
  • O imenso portal de Agharta na face oposta à das inscrições que representaria a entrada para o túmulo.
Portal de Agharta

Mas a expedição de 1931 não conseguiu encontrar o túmulo.

Outra expedições maiores foram organizadas em 1933 e 1937 com escaladores que exploraram todos os cantos da rocha e fizeram algumas escavações amadoras sem chegar à nenhuma descoberta importante.

Gruta suspensa

Em 1946, os escaladores do Centro Excursionista Brasileiro conquistaram pela primeira vez uma gruta suspensa no meio do paredão do lado direito da cabeça.

Foi uma expedição muito arriscada para a época, devido à dificuldade de se atingir o local. Qualquer erro representaria uma queda fatal de 20 metros de altura para todos os membros que integravam aquela expedição.

Ali descobriram uma passagem estreita e comprida que atravessaria toda a Pedra e sairia do outro lado!

Gruta suspensa

 

Ânforas submarinas

Em 1982, o arqueólogo norte-americano Robert Frank Marx fez uma série de mergulhos na Baía de Guanabara, no intuito de descobrir eventuais embarcações fenícias naufragadas, que acabariam comprovando toda esta tese.

Eles fez uma varredura em todo o fundo da Baía.  Não encontrou nenhuma embarcação afundada, mas…. encontrou três ânforas de origem fenícia.

A partir daí ele entrou em conflito com as autoridades da marinha brasileira, que alegando o risco de saques, vedou o acesso ao local.

As ânforas estão guardadas a sete chaves em um local secreto pela Marinha Brasileira.

Marx chegou a afirmar que as autoridades brasileiras tem grande interesse em manter a versão oficial da historiografia oficial que conta que Pedro Álvares Cabral foi o primeiro homem do Velho Mundo a “pisar” em solo brasileiro.

Portal de Agharta

Entrada para o túmulo de Badhezir segundo alguns, mas para a grande maioria dos místicos, uma grande cavidade no formato de um paralelepípedo de 15 metros de altura, 7 m. de largura e 2m. de recuo, representaria a entrada para o Reino subterrâneo de Agharta.

Portal de Agharta

Esse imenso império subterrâneo abarcaria vários milhões de km² de extensão e teria milhões de habitantes espalhados por várias grandes cidades.

Reino de Agharta

De acordo com seus adeptos, o Mundo de Agharta teria um compartimento secreto dentro da Pirâmides de Gizé no Egito, sendo o principal na grande pirâmide de Quéops.

Pirâmide de Quéops

Ainda segundo estes mesmos místicos, o império de Agharta teria três portais de entradas aqui no Brasil, sendo um em sete cidades no Piauí, outro na Serra do Roncador (Barra do Garças, MT) e o terceiro seria justamente este portal na Pedra da Gávea!

Discos Voadores

Há um grande número de relato de pessoas que moram nos bairros vizinhos e avistaram discos voadores sobrevoando a montanha.

Por sinal, o primeiro relato devidamente documentado em fotografias de um objeto voador não identificado em terras brasileiras, foi justamente sobre a Pedra da Gávea.

Estas fotos feitas em 1952 por jornalistas da extinta Revista “O Cruzeiro”,  passaram pela análise de diversos técnicos em fotografias, que chegaram à conclusão de elas eram legítimos registros de um objeto voador misterioso.

Essas fotos estão disponíveis no site do Arquivo Nacional  disponíveis para a consulta de qualquer um.

Discos sobre a Pedra da Gávea

É preciso fazer um cadastro para fazer a busca no sistema de arquivos.

São imagens realmente impressionantes e que foram um marco para a Ufologia Brasileira.

Discos sobre as ilhas Tijucas
Discos voadores

 

 

Luzes estranhas.

Além dos discos voadores, há muitos relatos de luzes estranhas que sairiam de dentro das cavidades da Pedra.

Em 1937 houve um caso notório deste tipo de relato.

Dois pesquisadores pernoitaram no alto da Pedra e num determinado momento notaram uma estranha luz verde saindo de uma das fendas rochosas.

Intrigados, foram até a fenda e ao entrar nela se depararam com um “estranha sala com várias estátuas humanas” e logo a seguir sob um luz ofuscante, desmaiaram.

Estátuas humanas

No dia seguinte ao acordarem, desceram a Pedra e procuraram a redação de um jornal de grande circulação pra relatarem o estranho fenômeno.

Os jornalistas combinaram com eles o retorno até o local para averiguarem melhor o fenômeno.

Porém qual não foi a decepção de todos quando retornaram lá e nem sequer localizaram a fenda!

Os dois pesquisadores logo depois enlouqueceram e morreram internados no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira em Jacarepaguá, sempre reafirmando a veracidade da história contada…

A Escadaria Ascendente

Outra história muito louca envolvendo a Pedra da Gávea estaria ligado à uma gruta tipo sifão localizada na parte em que o maciço rochoso se encontra com o mar.

Gruta submarina

A parte abobadada estaria localizada acima do nível do mar, e lá dentro, sairia das águas uma escada imensa que adentraria as profundezas da montanha.

Consta que dois mergulhadores de pesca submarina ao encontrar esta gruta subiram a escada e assim como os aventureiros da luz verde, perderam os sentidos.

Quando  acordaram estavam no topo da montanha a 842 metros de altitude!

Conclusão!

Todas as informações levantadas neste artigo foram fruto de uma grande pesquisa feita num livro e em vários blogs e vídeos do Youtube.

Muita informação é desencontrada e muitas vezes a linha cronológica dos acontecimentos não é consistente; mas tentei organizar todas estas informações da melhor maneira possível.

O que dizer de tudo isso?

As expedições oficiais que fizeram o levantamento da Pedra no século XX, com exceção daquela que descobriu a gruta suspensa, não encontraram nada de relevante.

Os geólogos e arqueólogos oficiais, desmentem todas estas histórias, afirmando que a imagem do rosto, as “inscrições” e o grande portal de Agharta são todos frutos da erosão natural ao longos dos milhões de anos.

De qualquer maneira, há uma quantidade realmente impressionante de lendas e relatos estranhos envolvendo a Pedra da Gávea, e como diz aquele velho ditado:  Onde há fumaça, há fogo!

De concreto e incontestável mesmo, sobrou apenas o primeiro registro oficial de um disco voador em território brasileiro em 1952, e o fato de que a Pedra da Gávea é a montanha que detém o título de campeã brasileira em acidentes fatais: talvez uma maldição imposta pelo Rei Badhezir à alguns que tentam violar seu sossego eterno.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenicia
https://www.oarquivo.com.br/extraordinario/lugares-extraordinarios/1668-os-misterios-da-pedra-da-gavea.html
http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/os_misterios_da_pedra_da_gavea.html

BANDEIRA, Carlos Manes.  Parque Nacional da Tijuca, São Paulo: Ed. MAKRON Books do Brasil, 1993.

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