Vista panorâmicado Telégrafo

Pedra do Telégrafo, Pedra da Tartaruga e Praias Selvagens (1º dia da Transcarioca)

Principais Atrações

Nesse primeiro dia, o excursionista terá um variado e delicioso cardápio de trilhas para se deliciar e se divertir, que combina belos mirantes como os da Pedra do Telégrafo e da Tartaruga com banhos de mar nas paradisíacas praias selvagens da Barra de Guaratiba.

Portanto, não vá sem levar seus trajes de banho. Como a exposição ao Sol é muito grande, também não se esqueça de passar um bom protetor solar e levar o boné.

Nível de dificuldade: moderado

É uma caminhada longa, mas que não exige muito esforço físico. O maior problema costuma ser o Sol, que castiga no verão. Mas as praias estão logo ali para amenizar este problema.

Como chegar

Independente do local da cidade em que você esteja, vá até o BRT transoeste, pegue a linha Mato Alto –  Alvorada do tipo expresso e salte na estação da Ilha de Guaratiba, que é a primeira após a passagem pelo túnel da Grota Funda no sentido de quem vem do Recreio.

Desça  uma sequência de rampas até sair na estrada Roberto Burle Marx que é transversal à Avenida das Américas e parte em direção à Barra de Guaratiba.

Atravesse a estrada até chegar ao primeiro ponto de ônibus. Aí você irá pegar o ônibus 867 (Campo Grande – Barra de Guaratiba), que é praticamente a única linha de ônibus que trafega por aí.

Desça no ponto final na prainha da Barra de Guaratiba.

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Trilha da Pedra do   Telégrafo

Caminhe um pouco pela praia e procure pela  escadaria Nossa Senhora das Dores  que parte do lado esquerdo da rua.  Aí você irá encontrar  marcada num poste  a primeira pegada da Transcarioca.

Começa aqui a sua longa jornada apé até a Urca.

Suba esta escadaria até o final, atravesse uma rua e siga as marcações que continuam do outro lado.  O caminho até o início da trilha segue por umas vielas estreitas que fazem você pensar que esteja no caminho errado. Mas não tem erro, confie nas pegadas e logo você atravessará uma segunda rua. Continue subindo a sequência de vielas até chegar na estrada final que conduz ao início da trilha.

Você subirá alguns metros em ziguezague por esta íngreme estrada até chegar enfim ao começo da Transcarioca propriamente dita!

Logo no começo se nota que a trilha da Pedra do Telégrafo é bem peculiar e diferente de todas as demais do Rio de Janeiro. Tão grande é o tráfego de excursionistas nos finais de semana e feriados, que a trilha acabou por atrair toda a sorte de ambulantes que negociam desde bebidas e lanches até uma fotografia sua tirada por um ângulo exclusivo.

Você quer fazer rapel nas pedras do topo com total segurança? Também tem lá tem um pessoal local que presta este serviço.

Em pontos estratégicos, você sempre se irá deparar com um deles gritando “Cerveja!  água gelada! O melhor preço da trilha aqui na minha mão!”

O Sol é inclemente no início da estrada de terra, que é bem aberta até chegar à uma grande bifurcação que surge à 900 metros do início da caminhada.

No dia em que fui, a sinalização da transcarioca sugeria que na volta do Telégrafo, o passeio continuaria por ali em direção à praia do Meio.  Mas fazendo esta opção o trilheiro perde grandes atrações como as Praias de Búzios e do Perigoso e a subida à Pedra da Tartaruga.

O roteiro que indicarei aqui é mais longo, mas muito mais completo de atrações.

Portanto siga subindo a trilha pela direita, que agora fica um pouco mais fechada mas continua bem definida. Atravesse uma cerca e siga subindo  por mais 800 metros até o topo do morro.

Antes disso, você irá virar uma grande curva acentuada para esquerda e logo chegará numa pedra da qual se descortina a vista de toda a Restinga de Marambaia e dos manguezais de Guaratiba à se perderem de vista.

Já aí temos uma prévia da fila para tirar fotos que encontraremos no cume.

Pronto, restam apenas 200 metros até a Pedra do Telégrafo, que está situado à 346 metros de altitude e é o ponto mais alto deste primeiro dia de trilha.

Ela deve seu nome à uma estação de comunicação militar que abrigou durante a Segunda Guerra Mundial.

A famosa Pedra da Bigorna, que é a grande vedete do passeio, na verdade se situa um pouco mais abaixo do cume, no prolongamento da trilha.

Ao se chegar lá cai o queixo, não só pela paisagem deslumbrante, como pela fila enorme de excursionistas que querem tirar a famosa foto que dá a impressão de que a pessoa está pendurada na pedra sobre o abismo.

Até pouco tempo atrás o morro do Telégrafo não era tão frequentado assim, mas logo começou a circular nas redes sociais fotos de excursionistas que posavam pendurados na pedra da Bigorna, de tal forma que criava-se a ilusão de que estavam suspensos sobre o abismo, causando espanto nos amigos.

Para entender um pouco do que estou falando, veja algumas destas fotos iradas aqui.

Mas na verdade, o aparente precipício não passa de uma ilusão de ótica, já que a pedra da Bigorna está situado á poucos metros acima do terreno em que está assentada.

Como era de se esperar essas imagens viralizaram na rede e logo todos aderiram à modinha, querendo visitar tal pedra para tirar uma foto de tão famoso ângulo, rapidamente banalizando algo que antes era exclusivo, surpreendente, chocante e irado…

Tudo isso explicava a imensa fila com que me deparei no topo. Aqui no Rio de janeiro, talvez só os cumes do Corcovado e do Pão de Açúcar reúnam mais visitantes por metro quadrado.

Fila da Pedra do  Telégrafo

A fila avançava lentamente em direção à pedra debaixo de um Sol escaldante.

Segundo relatos de visitantes, o tempo médio de espera nesta fila é de duas horas… Muito mais do que o necessário para subir a trilha.

Bem, como não sou muito exibicionista, ainda tinha todo o resto do trecho para visitar, e no decurso da Transcarioca, ainda me depararia com centenas de panoramas deslumbrantes, desisti logo de esperar e sorrateiramente desci pelo barranco ao lado da fila e consegui tirar esta foto, que mesmo deixando de fora a famosa pedra ficou bacana.

Vista panorâmica da Pedra do Telégrafo
Toda a orla da zona oeste vista do alto do Morro do Telégrafo

Visão em 360º da Pedra do Telégrafo

Pronto! Missão cumprida, agora tinha que rumar em direção às praias selvagens. Desci em disparada em busca das praias selvagens.  Muita atenção! A descida até elas surge à esquerda logo depois daquela curva acentuada.

No dia em que fui este era o único trecho que não estava sinalizado. Não se preocupe, pois este caminho é único e desce por 500 metros em meio à uma floresta aberta e sem cruzamentos pelo caminho até chegar à um muro de pedra.

Continue descendo e logo você voltará ao asfalto da rua. Para as praias desça à direita. Ao final dessa rua continue seguindo à esquerda e você terá chegado à rua Parlon Siqueira: ponto de partida para as praias selvagens.

Trilha da Pedra do Telégrafo Mapa em 3D

 

Pedra da Tartaruga

A trilha agora volta a ficar sinalizada e  vai contornando o costão que neste ponto é bem arborizado.  Volta e meia surge em meio a mata um vislumbre das ilhas da região e do nosso próximo destino, que é a Pedra da Tartaruga.

Existem várias entradas que surgem de vez em quando à direita, mas ignore-as, pois elas conduzem ao costão rochoso que margeia o mar.

Depois de uma longa caminhada de 1600 metros que se mantém mais ou menos no mesmo nível e de alguns ambulantes pelo caminho, chega-se à uma bifurcação tendo uma descida em estrada larga  à direita e  bem castigada pela erosão.  Siga por aí tendo a visão da impressionante da Pedra da Tartaruga e do mar à sua frente.

Mais uma bifurcação, e escolha a opção óbvia para a direita rumo à Tartaruga. Antes disso vale a pena visitar a prainha de Búzios, que não é muito apropriada para o banho, justamente por conter muitas conchas, seixos e pedras entre suas areias.

praia de Búzios
A pedregosa praia de Búzios

Retorne pelo mesmo caminho e entre na subida óbvia para a Pedra da Tartaruga. A trilha arenosa e íngreme é bem aberta.  Neste trecho em meio ao capinzal, o Sol castiga bastante.

A subida apesar de sofrida é bem curta, e logo você chega ao cume da Pedra da Tartaruga, que tem apenas uns 100 metros de altitude aproximadamente. Justamente por ter uma parte da Pedra projetada sobre um vão, na Tartaruga é bem comum a prática do rapel.

De seu cume temos uma vista privilegiada de quatro das cinco praias selvagens da região, além de toda a orla da zona oeste, de Grumari até a Barra da Tijuca, tendo a Pedra da Gávea ao fundo.

Vista da Pedra da Tartaruga
Do alto da Pedra da Tartaruga vemos toda a Barra de Guaratiba

Visão em 360º da Pedra da Tartaruga


Há outra opção de panorama na Tartaruga, que pode ser acessada na volta, quando surge um ramal à esquerda que passa por uma gruta e vai contornando a pedra até chegar ao seu topo.

De lá também vislumbramos novos e inusitados ângulos de toda a região.

Pedra da Tartaruga

Rumo às praias selvagens

Voltando pelo mesmo caminho e descendo pela trilha principal, logo chegamos à trilha que liga as praias de Búzios à do Perigoso. Para esta última vire à direita e desça sempre.

Esta praia, de Perigosa não tem absolutamente nada. Pelo fato de a pedra da tartaruga barrar as ondas mais violentas que vem do Oceano, suas águas são bem calmas e propícias ao banho.

Justamente por este fato e também por ser de fácil acesso, a praia do Perigoso é de longe a mais frequentada dentre as cinco da região.

Praia do Perigoso
Praia do Perigoso vista do alto da Pedra da Tartaruga

Para a praia do Meio, suba todo o caminho de volta até encontrar a trilha principal da Barra de Guaratiba.

Neste ponto placas de sinalização indicam o caminho para as três praias restantes.

O caminho segue agora mais 700 metros pela encosta, desta vez com a vegetação mais aberta, até encontrar a Praia do Meio. Esta só é atingida com o auxílio de cordas no final, mas não se preocupe, pois este trecho é vencido com grande facilidade até por quem não tem nenhuma prática de alpinismo.

Praia do Meio
Praia do Meio

Recarregue as suas energias com um bom banho de mar numa praia selvagem e tranquila, que por incrível que pareça está situada à poucos quilômetros da agitação da metrópole. Mas tenha muito cuidado!  As praias do Meio e as duas seguintes tem ondas muito fortes, e não há salva-vidas na região.

Atravesse os 300 m. de extensão da praia e continue a caminhada que se segue por entre o costão rochoso ao final da praia.

Depois de contornar a ponta pelo costão, a trilha volta a entrar no mato, e em pouco tempo, você terá a deslumbrante visão da idílica praia do Fundo com suas águas azuis-esverdeadas.

Praia do Fundo
A deslumbrante e paradisíaca Praia do Fundo

Geralmente ela se encontra semi-deserta, pois são poucos os aventureiros que tem a disposição para caminhar até ela.

O excursionista ainda tem opção de prosseguir pelo costão ao final desta praia, passar pela pedra Lua, que tem esse nome por causa de suas crateras, e visitar a última das praias selvagens, que não está muito distante dali.

A praia do Inferno ao contrário da praia do Perigoso, faz jus ao nome porque as ondas convergem no curto espaço da sua extensão e após baterem com toda a força na costa, descem com rapidez criando uma correnteza bem intensa, que por sua vez se encontra com a nova leva de ondas, gerando um turbilhão louco  de água vindo de todas as direções.

Inferno para os mergulhadores e paraíso para os surfistas, suas águas representam bem a força da natureza.

Em direção à Grumari

Mas estava ficando tarde e cansado e ainda faltava explorar todo o caminho até a Estrada de Grumari, portanto deixei para retornar à este turbilhão em outra ocasião.

Deve-se ficar muito atento neste ponto, pois a trilha para Grumari, parte detrás da praia do Fundo em meio à vegetação.  No dia que fiz esta trilha não vi nenhuma sinalização que indicasse esta saída.

Mas em qualquer ponto você pode encontrar um atalho que vai sair numa trilha que acompanha a praia em meio à floresta.  Quando se está para se afastar da praia é que voltamos a ver uma sinalização da Transcarioca.

Trilha das praias selvagens da Barra de Guaratiba mapa

Após subir uns 400 m. em meio à selva, a trilha vai dar num bifurcação em que a opção da esquerda leva de volta à praia do Meio.   Suba mais um pouco em zigue-zague até encontrar uma segunda bifurcação.  Se optar pela esquerda o caminhante irá de encontro à uma estrada que retorna  para o começo da trilha do Telégrafo.

Para completar o 1º trecho da Transcarioca escolha a opção da direita, que é um pouco mais fechada.

Suba mais um pouco, faça uma curva para a esquerda e outra em seguida para a direita até sair em diagonal  numa trilha mais aberta e logo depois chegar num ponto em que começa a descer.

Logo após esta descida surge uma entrada que desce à esquerda. Ignore-a e continue na mesma direção.

Trezentos metros depois se chega numa trifurcação. Desça pela opção mais à esquerda. Agora a transcarioca continua descendo sem cruzar mais nenhum caminho até chegar na estrada de Grumari onde termina este primeiro e intenso dia de caminhada.

O caminhante tem a opção agora de descer até a praia de Grumari onde começa o 2º trecho ou ir pela esquerda até chegar na Estrada Roberto Burle Marx onde pode esperar pelo 867 para retornar para casa.

Tanto na descida pela estrada de Grumari como lá embaixo na Burle Marx, o excursionista encontra várias opções de restaurantes mais voltados para frutos do mar.  Uma deliciosa forma de recarregar as energias para o próximo trecho.

Clique no link abaixo para fazer o download do tracklog para seu celular e repetir essa aventura:

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Download do mapa para orientação offline aqui.

Se você quiser se familiarizar ainda mais com este belíssimo trecho assista à estas tomadas aéreas produzidas pelo excelente canal Drone Aventura do Felipe Lombardi.

4 thoughts to “Pedra do Telégrafo, Pedra da Tartaruga e Praias Selvagens (1º dia da Transcarioca)”

  1. Fala Douglas.

    Excelente post. Bem completo!
    Já salvei seu blog nos meus favoritos.
    Sucesso na caminhada!
    Grande abraço!

    Felipe Lombardi
    Drone Aventura.

  2. Olá, Felipe!

    Receber este elogio de você é um mais incentivo para continuar meu trabalho.
    Continue acompanhando esta saga!

    Abraços!

  3. Olá Douglas, tudo bem?! Muito bom esse post, completo e bem ilustrado. Gostaria de saber se você tem estimativas te tempo para se cumprir este trajeto – Pedra do Telégrafo, Pedra da Tartaruga e Praias Selvagens (1º dia da Transcarioca). Existe algum horário mais recomendado para início? Saberia dizer se é fácil conseguir um uber ou similar ao final da trilha? Obrigado.

  4. Muito obrigado pelo comentário!

    As estimativas de tempo deste trecho podem variar bastante, dependendo de como você irá aproveitá-lo, já que ele é bem intenso em atrações!
    Como mencionei no artigo, há na Pedra do Telégrafo uma fila enorme de pessoas que querem tirar uma foto bacana sobre a pedra. Nos finais de semana com Sol, o tempo médio de espera na fila é de inacreditáveis duas horas! É algo a descartar se você pretende completar o circuito num tempo razoável.
    Levei seis horas para cumprir todo o trajeto, mas é possível fazer em menos tempo, levando-se em conta que parei muito para tirar as fotos, explorar novos lugares e me banhar rapidamente em algumas praias.
    Acho difícil chamar o Uber, já que a trilha sai no meio da serra numa estradinha que liga Grumari à Barra de Guaratiba. No meu caso, desci apé até a Estrada Burle Marx e lá sim consegui transporte. Mas pelo que me informei sobre este trecho, parece que abriram um atalho que faz a ligação direta da trilha com a Praia de Grumari.

    Um abraço!

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