Quem sou eu

Me chamo Douglas Rocha. Sou funcionário público, e nas horas vagas exerço as atividades de webdesigner e trilheiro.

Me lembro muito bem que no ano de 2000, quando já explorava as minhas primeiras trilhas pela Floresta da Tijuca, um livro chamou muito a minha atenção em uma das filiais da livraria Saraiva.

 

O livro tinha uma bela encadernação e na trazia na capa o maravilhoso panorama do alto da Pedra da Gávea. Seu título “Transcarioca – Todos os passos de um sonho”.   

Livro da Transcarioca

Peguei e livro, comecei à folheá-lo, encantado com as fotos tiradas de ângulos pouco comuns da cidade do Rio de Janeiro e aproveitei  para  ler algumas partes.  Era mais uma obra do Pedro da Cunha e Menezes, autor muito familiar para mim, já que eu já tinha lido três de seus livros: “Trilhas do Rio” “Novas trilhas do Rio” e “Floresta da Tijuca” que guardo até hoje na minha biblioteca.

 

Mas essa nova obra parecia ser muito melhor que as anteriores, não só pela qualidade material do livro como principalmente pela ousadia da idéia principal da obra, que era a de propor uma interligação das principais trilhas do Rio de modo que criasse uma supertrajeto que cruzasse todo o município de ponta a ponta, e criasse uma interligação entre os principais parques naturais da cidade.

 

Naquela época o meu interesse por trilhas estava no auge, e fiquei obcecado pela idéia de adquirir mais aquele livro.

Eu não trabalhava ainda, e fui juntando pouco a pouco o dinheiro que recebia de mesada  até juntar o montante necessário para comprá-lo.

 

Com muito entusiasmo comecei a me deleitar com uma agradável leitura e com as belas fotografias que me conduziam à lugares que eu nem imaginava que existissem e não tinha a menor idéia de como chegar, como por exemplo as praias selvagens da Barra de Guaratiba, o caminho do Morgado, o Vale do Sacarrão, o Açude do Camorim, a Pedra do Quilombo, a Pedra do Ponto e muito mais.

 

Viajei nas palavras, histórias  daquele livro, mas sem alimentar esperança de realmente realizar aquele incrível circuito, já que a maior parte dele não se encontrava sinalizado, ficava localizado na distante Zona Oeste ou passava por áreas com sérios problemas de segurança como o Morro Inácio Dias, a serra dos Pretos Forros e a Ladeira dos Tabajaras.

 

Não acreditava que aquela idéia pudesse um dia se concretizar e muito menos que eu pudesse usufruir desta excursão maravilhosa.

 

Passaram-se os anos e eu me concentrei em explorar até a exaustão apenas as trilhas do Parque da Tijuca e dos arredores.

 

Até que no ano de 2015 ou 2016, não me lembro direito, vi em algum grupo do Facebook sobre trilhas, que estavam convocando voluntários para sinalizar a trilha transcarioca, que enfim sairia do papel. Começou a se falar direto na supertrilha até mesmo na televisão, e a previsão era que ela estaria concluída após as Olimpíadas.

 

Prontamente me entusiasmei com a idéia e me voluntariei para ajudar a  sinalizar o trecho do Vale dos Ciganos.  Na segunda ocasião tive até  a grande honra de conhecer pessoalmente o Pedro.

 

Depois de muito trabalho a Transcarioca enfim foi inaugurada em 11 de fevereiro de 2017!

 

Já conhecia bem os trechos da Floresta da Tijuca e alguma coisa do Parque da Pedra Branca, até que um domingo me veio a idéia de ver como estava a sinalização  do primeiro trecho na Barra de Guaratiba.

 

Não estava com o ânimo de percorrê-la totalmente, pois as longas e constantes viagens até o início dos primeiros trechos na distante zona oeste me desanimavam um pouco.

 

Mas quando terminei o primeiro trecho e vi na estrada de Grumari a placa indicando o caminho para a Grota Funda, sobreveio a forte tentação de continuar o percurso.

 

Os primeiros trechos confirmaram em parte a dificuldade do acesso, mas não foi tão ruim como eu imaginava. Fui me acostumando aos poucos com as longas viagens.

 

A sinalização das trilhas e os mapas que fui baixando e imprimindo no site foram me dando cada vez mais segurança de que iria completar todo o trajeto.

 

Quando já estava no quarto ou quinto trecho foi crescendo em mim a idéia de que valeria a pena compartilhar esta grande aventura e que cada detalhe deste grande trajeto fosse registrado, dando portanto a minha pequena e modesta  colaboração para que o trajeto jamais caísse  no esquecimento e abandono, fazendo com  que mais e mais excursionistas se sintam seguros e encorajados a conhecer a maior trilha sinalizada  do Brasil.

E foi assim que nasceu a idéia deste blog.