Serra do Engenho Velho

Travessia Teixeiras – Catonho ( 10º dia da Transcarioca)

Nível de Dificuldade: Difícil

Este foi o trecho em que encontrei os maiores problemas em matéria de clareza do caminho e sinalização.  Os primeiros quilômetros foram particularmente selvagens com o matagal alto obstruindo todo o traçado da trilha. Somado à isso uma sinalização bem confusa, não indicava qual a direção certa a se seguir.

 

Já tinha encontrado problemas semelhantes no trecho anterior, mas aqui, eles reapareceram de maneira mais intensa.    Ainda insisti muito em reabrir a trilha, usando meu facão, mas só o trabalho de muitos homens ou de uma máquina seria capaz de deixar transitável aquele trecho.

 

Vendo que não tinha como avançar de jeito nenhum, desisti e busquei outra entrada do Trecho, que segundo o mapa, se iniciaria no Boiúna.

 

Parti então em busca desta outra entrada, dando uma volta monstruosa, o que me custou umas três horas de atraso na expedição.

 

Problemas de trilha fechada, reapareceram em outros pontos mais adiante, mas aos trancos e barrancos fui achando o caminho correto.

 

No mais este trecho não apresenta trechos técnicos a serem superados.  O caminho percorre morros de baixa altitude, sendo bem cansativo, pois enfrentamos vários sobe-desce pelo caminho.  A insolação também castiga em alguns pontos, sendo recomendável o uso farto do protetor solar e de um chapéu.

Trecho 9 da Transcarioca

 

OBS: Não posso confirmar, mas parece que alguns meses depois da minha aventura, o grupo de manutenção da trilha acabou por fazer os devidos reparos no trecho. Então é bem provável que ela esteja mais transitável agora.

 

 

Maiores atrações.

Este é um trecho muito cênico, belas paisagens da cidade surgem a cada momento na travessia, destacando-se os mirantes da Laje e do Catonho. Inusitada é a travessia sobre o aqueduto do Catonho ao final do trajeto, que por sinal, acebei não fazendo pois terminei a trilha à noite, com a lanterna já fraca e saí no primeiro ponto de fuga para a estrada que encontrei.

 

Como chegar.

 

Descendo na estação do BRT da Taquara, procure por qualquer ônibus ou van que conduza até os Teixeiras.

 

Saltando no ponto final, é fácil encontrar a Estrada dos Teixeiras e subir até o ponto em que surge a pegada da Transcarioca à direita da estrada, à altura do número 1560.

 

É preciso transpor um portão de ferro para adentrar na trilha.

 

 

Início

Como relatei acima, encontrei sérias dificuldades em transpor o começo deste trecho, então dei aquela volta enorme e recomecei pela entrada do Boiúna.

 

A entrada se dá pela rua Peri Mirim, que dá acesso à um clube de natação da Polícia. Um pouco antes de se chegar ao seu final, surge uma trilha bem aberta à direita. É por aí que temos que seguir.  A trilha sobe por um curto zigue-zaque até encontrar o eixo principal da travessia.

Inconformado com o traçado que não tinha encontrado em seu início, voltei com o intuito de reatar com este trecho, achando que por este lado seria mais fácil identificar onde cometi o erro.   Grande engano, pois me deparei novamente com o matagal intransponível, sem sinal de onde o caminho poderia continuar.  Realmente não tinha jeito de passar por ali.  Não tinha outra opção, senão retornar pelo mesmo caminho.

Travessia Teixeiras-Catonho

Retornando pelo mato fechado, saí numa encruzilhada onde se destaca uma torre de sinalização, a partir da qual o caminho fica bem aberto.

Torre de sinalização

 

O caminho desce vertiginosamente por uma estrada muito utilizada pelos praticantes de motocross. Pelo menos neste trecho, a sinalização é bem evidente.  Atravessamos um belo descampado até chegar num  mirante, de onde podemos admirar boa parte da Serra do Engenho Velho com o Maciço da Tijuca ao fundo.

Serra do Engenho Velho

A estrada segue descendo forte por mais 600 metros até chegarmos ao fundo de um vale coberto pela mata atlântica, onde existem muitas bifurcações. Na primeira tomamos à direita e logo em seguida pela esquerda.   Cem metros adiante chagamos num entrocamento de quatro trilhas!  Temos que pegar a segunda opção à direita.

 

A trilha sobe por mais 200 metros até chegar quase ao mesmo ponto de onde parti: Um platô localizado aos fundos de um clube da polícia, repleto de mesinhas, onde podemos parar para descansar.

Fundos de um clube de polícia

 

Retornei até a bifurcação do Boiúna.    Já estava um pouco tarde, mas já que estava ali, resolvi completar a travessia naquele dia mesmo!    Continuei seguindo  em frente andando por 400 metros até chegar noutra interseção, onde desci pela esquerda.

 

 

Continuando a Travessia: Rumo aos mirantes da Laje e do Catonho.

A estrada volta a subir, ziguezaguando pela linha de cumeada da Serra, na divisa entre a mata atlântica ao Sul e o descampado ao norte. Desse lado podemos apreciar de vez em quando o exercício dos paraquedistas no Campo dos Afonsos.

Exercício de Para Quedas

 

A estrada continua subindo em direção à grandes torres de eletricidade, que são bem comuns neste trecho.

 

No exato momento em que a trilha passa por cima do túnel da Transolímpica, chegamos à uma grande bifurcação, onde devemos contornar um quarto abandonado e tomar a trilha mais fechada à esquerda.

Quarto Abandonado

 

Vamos seguir mais ou menos reto e depois subir por um zigue-zague cansativo até chegar ao ponto mais alto desta travessia ( apenas 312 metros), onde está localizado o Mirante da Laje, que é de tirar o fôlego.  Certamente uma das melhores vistas da zona Oeste, tendo a Baixada de Jacarepaguá aos nossos pés e a Barra da Tijuca ao fundo.

 

Mirante da Laje

 

Saindo do Mirante da Laje, continuamos a caminhar por mais 200 metros e a estrada faz uma grande curva para a esquerda. É preciso ficar muito atento aí, pois a Transcarioca segue em meio ao matagal à direita. Neste dia, a trilha estava parcialmente fechada e só voltei a ter certeza de que o caminho era por aí mesmo quando me deparei com a sinalização um pouco mais adiante.

Mirantes da Laje e do Catonho

 

 

Voltamos a andar por um trecho problemático, onde o mato ameaça a fechar completamente a trilha em vários pontos. Temos 400 metros de caminhada por este trecho até nos depararmos com outro mirante espetacular: o do Catonho, que tem um panorama muito similar ao da Laje.

Jacarepaguá e Barra da Tijuca partir do Mirante do Catonho

 

Vista para o Maciço da Tijuca

 

Já era quase de noite, e tinha muito ainda por caminhar.  O mais preocupante de tudo era que em meio á noite, não tinha a menor ideia das condições em que encontraria o final da trilha.  Portanto não demorei muito apreciando aquela vista extraordinária e continuei minha andança.

 

Epílogo Angustiante

A descida continuou em meio à mata muito densa num trecho em que, apesar de acelerar o passo, a estrada  parecia não se aproximar nunca!  Foram 900 metros de descida angustiantes, onde a noite acabou por me surpreender no meio do caminho. Lá no final cheguei à um vale onde várias trilhas se cruzavam.   A sinalização ainda precária, somada à fraqueza da minha lanterna, fez com que eu ficasse alguns minutos vagando em busca do caminho certo.

 

Até que depois de ficar andando em círculos, enfim consegui achar, bem escondida,  a marca salvadora da pegada!

A trilha dá uma forte guinada à esquerda se embrenhando numa mata muito densa.  E logo depois faz uma curva à  direita onde estão localizas algumas ruínas.

 

Por ali, se dá o acesso até o aqueduto do Catonho, que finalizaria esta travessia em grande estilo, mas como já era noite e queria sair dali o mais rápido possível, rumei em direção às umas luzes, que indicavam a presença de umas casas à beira da Estrada.  Passei em meio à esta vila e logo saí na Estrada do Catonho.

 

O aqueduto imponente, logo acima de mim, terá de esperar outra ocasião para ser contemplado com minha visita. O que deve ocorrer em breve, pois apesar dos vários imprevistos, acabei achando este trecho dos mais interessantes, porque  nos proporciona panoramas muito inusitados do Rio.   Merece um repeteco!

 

Download  do Mapa da Trilha

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