Vista da Pedra Bonita voltada para a Barra

Travessia Pedra Bonita-Barra (16º dia da Transcarioca)

Atrações

A grande atração do dia, sem dúvida é a visita à Pedra Bonita: um dos destinos mais populares para os trilheiros do Rio de Janeiro.  Depois desci até a rampa do vôo livre e de lá tomei uma trilha muito precária e selvagem que tem saída no Itanhangá e na Barra.  Seu uso não é muito recomendado, pois o traçado da trilha é pouco visível em certos pontos.

 

Nível de dificuldade: Difícil

Eis algo difícil de medir, pois temos grandes variações nos níveis de dificuldade deste dia.

 

Temos caminhada pelo asfalto, por uma trilha muito fácil e por outra que mais do que compensa essa facilidade inicial, mergulhando em vales de mata fechada e com um traçado muito confuso, volta e meia obstruída por quedas de árvores.

 

Levando em consideração tudo isso, acho que a avaliação de difícil acabou sendo uma boa média.

 

Como chegar.

De carro é muito fácil achar o início do caminho. Basta parar o carro no primeiro estacionamento da íngreme estrada da Pedra Bonita. Logo abaixo começa a trilha.

Há uma linha de ônibus que percorre a Estrada das Canoas fazendo a ligação São Conrado – Alto da Boa Vista, mas em horários bem espaçados.

 

Se você não tem paciência para ficar esperando, faça como eu pegue o 301 ou 302 e salte na Estrada das Furnas num ponto bem em frente ao começo da Estrada da Gávea Pequena.

 

Dali até o início da estradinha da rampa do vôo-livre temos no máximo 20 minutos de caminhada.

 

Como fiz desse jeito, acabei garantindo a ligação direta com o trecho anterior sem interrupções.

 

Trilha da Pedra Bonita: “a trilha da Moda”

A trilha da Pedra Bonita encarna como poucas o conceito de “trilha modinha”.

 

Justamente por ser uma trilha muito fácil e por ter uma vista deslumbrante, a Pedra Bonita atrai muitos iniciantes, sendo que uma boa parte deles são musas e musos do Instagram, que sobem até o alto da montanha mais com o intuito de posar para belas fotos do que o de apreciar a natureza.

 

A trilha é muito diferente de 90 % do percurso da Transcarioca, com um tráfego muito intenso nos finais de semana e até mesmo em alguns dias da semana.     Depois de tanto tempo caminhando em meio à selva, temos a impressão de que chegamos à uma passarela da moda em meio à natureza.

 

A trilha é muito fácil de achar. Começa antes do primeiro estacionamento da íngreme estradinha da rampa do vôo livre.  Lá tem uma guarita com um guarda que controla a entrada.  Fique muito atento, porque agora o Parque não permite mais a permanência de trilheiros até o anoitecer, algo que era muito comum até pouco tempo atrás, devido ao magnífico pôr-do-Sol que o mirante proporciona.

 

A trilha sobe os primeiros 500 metros bem suavemente até chegar numa curva bem acentuada para a esquerda.

Subida da Pedra Bonita

Antigamente, era possível transpassar uma cerca nesta curva e atingir o Morro do Chapecó e as Furnas Agassiz, mas atualmente o acesso à esses locais se encontra vedado.

 

A trilha sobe agora mais 200 metros em meio à uma área com vegetação mais aberta, que foi alvo de um reflorestamento recente.

 

Até que ela chega num ponto em que faz outra curva acentuada, dessa vez para a direita.  A subida vai se acentuando levemente até que fica um pouco íngreme no final, mas não é nada que faça cansar demais ou exigir demais  dos mais inexperientes.

 

Enfim, a trilha se encontra com outra que desce à esquerda, (fique atento à este ponto, pois nossa descida será por aí) mas o caminho segue bem definido pela direita.

 

A partir daí são apenas mais alguns metros até atingirmos o platô da Pedra Bonita.

 

Esse platô realmente é imenso, e mesmo nos dias de tráfego mais intenso, sempre sobra muito espaço para os visitantes se acomodarem com muita folga pelo cume.

Platô da Pedra Bonita

A vista da Pedra é realmente deslumbrante!  Temos a visão da zona Sul, com destaque para São Conrado aos nossos pés sendo sobrevoado por inúmeras asas-deltas e parapentes colorindo os céus.

Vista de São Conrado

Ao leste temos a visão da imensa restinga da Barra da Tijuca a se  perder de vista.  E no meio, simplesmente temos a melhor visão possível da imponente Pedra da Gávea, que será nosso próximo e maior desafio nesta Transcarioca.

Vista da Pedra Bonita voltada para a Barra

De lá de cima também contemplo o longo e difícil desafio que irei de encarar naquele dia: percorrer o longo e acidentado vale que separa as Pedras da Gávea e Bonita.

Pedra da Gávea

Do alto da Pedra Bonita, também é um dos melhores locais do Rio para se apreciar o Pôr-do-Sol.  O espetáculo que se vê lá de cima é realmente inesquecível como se pode ver pela foto abaixo.  Mas infelizmente, nos últimos anos, o parque tem impedido a permanência na trilha a partir de determinada hora.

Por do Sol na Pedra Bonita

Depois de uma longa pausa para as fotos, desço até a rampa de asa-delta.

Visual em 360º da Pedra Bonita

Descida até a rampa de asa-delta.

 

Então retorno até aquele ponto mencionado há pouco em que parte uma trilha que desce à direita na direção da rampa do vôo-livre.

 

Essa trilha é bem mais direta, e portanto mais íngreme do que a trilha oficial usada na subida.

 

Por ser menos frequentada, é um pouco mais fechada também, mas nada que vá impedir seu rápido deslocamento até o estacionamento final da rampa de asa-delta.

 

Lá na rampa é muito oportuno parar um pouquinho para apreciar as dezenas de  de asas-deltas e parapentes que decolam a todo o momento num espetáculo ímpar.

 

Rampa da Pedra Bonita

Descida pelo Vale selvagem.

Agora é preciso ficar atento para uma trilha que nasce do lado direito de quem chega no larguinho da rampa. É essa trilha que faz a ligação com a Pedra da Gávea e que vamos utilizar na continuação do projeto Transcarioca.

 

A trilha a princípio acompanha uma cerca, passa perto de umas casas. Não siga na direção delas e tome a primeira bifurcação à esquerda. Depois de um tempo a trilha faz uma curva e atravessa um riacho, continuando a descida do outro lado.

 

Agora a trilha continua a descida por um traçado mais ou menos definido, contornando a vertente da Pedra Bonita por 500 metros até encontrar outra trilha que desce à esquerda.  Na volta da Gávea, iremos retornar por este caminho, mas neste momento continue seguindo reto pela direita.

Descida pelo vale

Nesta descida volta e meia nos deparamos com a esfíngie da Gávea cada vez mais próxima.

Pedra da Gávea se aproximando

 

A partir de agora a trilha entra numa fase de sobe e desce a todo o momento, atravessa outro riacho e depois de 100 metros atinge a base da famosa chaminé Eli.   Esta chaminé seria um bom atalho para quem utiliza equipamentos de escalada e quer cortar caminho até a Pedra da Gávea.   Mas eu que não tenho tal prática, tenho de recorrer a outras alternativas.

A difícil chaminé Eli
Não se assuste com essa passagem. Excursionistas sem equipamentos de escalada podem atingir a Pedra da Gávea a partir da Bonita por outros caminhos.

Portanto não entrei na chaminé e continuei seguindo o traçado principal da trilha, que a partir daí desce violentamente pelo vale.  Adentramos também num longo trecho em que o traçado fica bem indefinido com muitas árvores caídas obstruindo o caminho.  Se você não tiver experiência em trilhas muito fechadas, recomendo que não siga por aí.      Mesmo o tracklog pode não ajudar muito neste caso.

 

A todo o momento tinha que parar e encontrar novamente o rastro da trilha.   Mesmo assim vou continuar a descrever em linhas gerais como foi essa aventura.

 

Após uma descida de 300 metros após a entrada para a chaminé Eli, atingi uma bifurcação que me deixou em dúvida sobre qual o caminho certo.  Cheguei a pegar o caminho errado mas vi que ele logo subia em meio a uma garganta de volta pra Pedra Bonita.

 

O caminho certo era o que descia pela esquerda.

 

Os 400 metros seguintes talvez sejam os mais complicados de toda essa travessia com muita serrapilheira mascarando o traçado da trilha, muita árvore caída.  Toda hora parando para com atenção ver por onde o caminho continuava.   A impressão é de que ninguém passava por ali há anos.

Descida pelo vale entre as Pedras da Gávea e Bonita

Até que cheguei num conjunto de ruínas, onde mais uma vez a confusão reinava. Demorei um pouco para achar o trajeto certo e 100 metros adiante atingi uma caixa d’água, de onde a trilha se bifurcava novamente.  Tomei o caminho da esquerda.

 

Mais duzentos metros adiante e chego em outra caixa d’água.  Nesta caixa d’água perdi mais uma vez o caminho certo, mas percebi em tempo e retornei até que percebi que a trilha a partir da caixa  fazia uma curva para a esquerda.

 

Depois de algum tempo atingi um local repleto de pedras enormes.

 

Finalmente destes blocos enormes de pedras partia um caminho bem mais aberto que desemboca na Rua Pires do Rio no Itanhangá.  Mas esta rua é fechada, por isto aconselho que assim que sair na rua, imediatamente entre em outra trilha que começa imediatamente e parte rumo à Pedra da Gávea.

 

Subida pela antiga trilha da Pedra da Gávea

 

Essa trilha é bem mais definida do que o trecho anterior, dando a impressão de que foi muito utilizada num passado recente antes do fechamento da rua.

 

A trilha sobe por 400 metros até atravessar o leito de um rio, que no dia se encontrava completamente seco.

 

Deste ponto até sair na trilha principal da Pedra da Gávea são mais 300 metros.

 

Subida ao Morro do Focinho do Cavalo

 

Chegando na trilha da Gávea, desci por um curto trecho até uma curva bem pronunciada, de onde parte quase que desapercebida a trilha do Morro do Focinho do Cavalo.

 

Para deixar o roteiro mais interesssante, fiz um bate-e-volta até o topo do morro.  A trilha é relativamente curta (500 metros de extensão) mas o avanço é lento no final, devido a subida escorregadia em terreno arenoso e ao capinzal, que no dia estava muito alto.

Subida do Focinho do Cavalo

O morro do Focinho do Cavalo, tinha no passado um mirante esplendoroso voltado para a Barra da Tijuca, mas no dia que fui só encontrei no cume um matagal cerrado que não acabava mais.  Mesmo assim deu pra tirar umas ótimas fotos da Joatinga e das Pedras Bonita e da Gávea.

 

Voltei até a trilha da Gávea e desci o que restava da trilha até chegar na Estrada Sorimã, não sem antes se refrescar na cachoeira localizada próxima ao final, encerrando essa aventura realmente grandiosa.

 

Este trecho não faz parte do circuito oficial da Transcarioca, por isso não é possível disponibilizar o mapa para impressão, só o tracklog que gravei da rota.

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